sábado, 19 de setembro de 2015

Saio à rua e a vida começa. A rua de sempre, a avó que guincha com os netos de sempre, "deixa-me chegar a casa que já gramas". E gramava. Um choro amiúde soluçado que dói por nada poder fazer, a cólera da existência de uma mãe que não existe.
Existir é estar vivo. É afirmar presença em todas as ocasiões; é a audácia para prometer eu vou estar aqui quando mais precisares; é a imponência de um gesto carinhoso quando nada o prevê; é a beleza de um abraço que parece perpétuo.
No dia em que deixar de valorar tudo isto deixarei de ter completa noção do quão inverosímil é esta estadia.

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